Infelizmente,
eu não pude participar do I Forum Social promovido pela UFSB mas não
é por isso que deixarei de postar aqui o que aconteceu de melhor por
lá, e por este motivo tive a idéia de convidar um grande amigo meu, chamado Ricardo Afonso,
estudante da UESC (Universidade Estadual Santa Cruz) para que ele
relatasse o seu pensamento sobre esta ação social da nossa
Universidade.
Vamos acompanhar o que ele escreveu?
“Diálogos com a Sociedade”
Participei
nos dias do primeiro Fórum Social da UFSB – 2015 com tema
“Universidade sociedade em diálogo”. O objetivo do fórum era
fortalecer e ampliar as parcerias entre a UFSB e a sociedade, em
especial os movimentos sociais organizados. Objetivo resumido nas
palavras do reitor como “trazer a diversidade para dentro da
universidade”.
Na
abertura do evento foi perceptível a intenção dos comunicadores em
deixar evidente que o fórum e a própria UFSB seriam um espaço para
dar voz aos que foram excluídos, uma maneira dos segmentos encontrar
reconhecimento da sociedade na universidade e buscar aquilo que nos
foram negados no passado: cidadania, participação política,
econômica e social, direitos.
Contudo
me questionaram qual seria as ações e metodologias da UFSB para
trazer a diversidade para dentro da Universidade, resgatando uma
dívida histórica que as instituições de ensino renegaram aos
movimentos sociais (sem-terra, quilombolas, indígenas, mulheres,
negros LGBT, movimento por moradia etc): o direito de participar
ativamente da comunidade acadêmica.
A
resposta para minha inquietação é dada, em partes, durante o grupo
de debates dos movimentos sociais urbanos: associações de bairro,
observatórios sociais, movimento de moradia, saúde, mobilidade,
segurança pública, cultura, gênero e orientação sexual. A
proposta neste grupo foi dividir os participantes em subgrupos de
acordo com as proximidades de suas reivindicações formando 5
subgrupos: 1) cidadania participação e direito; 2) Cultura e
Cidadania; 3) Gênero e Multiplicidades; 4) Juventude e 5) Surdos,
cada grupo deveria responder há três questões propostas pela
Universidade: 1)quais sonhos e interesses trazemos aqui?; 2)como a
universidade pode contribuir para a realização de nossos sonhos e
interesses?; 3)O que podemos fazer juntos com a universidade?
Enquanto estávamos reunidos pensando nessas questões, percebi que
minha inquietação inicial estava equivocada; não deveria está me
questionando como UFSB traria a diversidade para dentro da
Universidade, mas como nós, enquanto diversidade, enquanto
movimentos sociais, entraríamos na universidade e como a
universidade poderia contribuir para esta entrada.
Como
mudaríamos a ideologia de não participação desses movimentos nas
instituições de ensino? Como mudaríamos a ideologia de exclusão
desses movimentos da sociedade? Como colocaríamos esse movimento em
diálogo com a sociedade e com a universidade? E a resposta soava
clara: através da possibilidade de transformação cultural, cultura
entendida como processo em movimento, como produto da ação do homem
em uma relação produzir X ser, produzido: o homem produz cultura
mas é produzido por ela.
Sendo
o homem humanizado pela cultura, essa dá ao homem a possibilidade do
aprendizado, a possibilidade de trazer a diversidade, historicamente
excluída, posta de lado, afastada e marginalizada das instituições
de ensino, para dentro da universidade.
Evidente
que seria um objetivo demasiadamente pretensioso promover uma
revolução cultural apenas um coro que se limitou a fazer três
simples pergunta, se os movimentos sociais, contudo, demonstra a
atenção da UFSB com os setores excluídos historicamente. Isso se
não nos dá ao menos esperança, renova nossas forças em continuar
a luta pela construção de uma sociedade democrática igualitária
solidária comprometida com a promoção da dignidade e o exercício
da cidadania plena através de experiências populares emancipatórias
de criação de cidadania e promoção da dignidade.
Ricardo Afonso
Rocha
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