sexta-feira, 7 de agosto de 2015

I Fórum Social da UFSB

          Infelizmente, eu não pude participar do I Forum Social promovido pela UFSB mas não é por isso que deixarei de postar aqui o que aconteceu de melhor por lá, e por este motivo tive a idéia de convidar um grande amigo meu, chamado Ricardo Afonso, estudante da UESC (Universidade Estadual Santa Cruz) para que ele relatasse o seu pensamento sobre esta ação social da nossa Universidade.

Vamos acompanhar o que ele escreveu?

“Diálogos com a Sociedade”

       Participei nos dias do primeiro Fórum Social da UFSB – 2015 com tema “Universidade sociedade em diálogo”. O objetivo do fórum era fortalecer e ampliar as parcerias entre a UFSB e a sociedade, em especial os movimentos sociais organizados. Objetivo resumido nas palavras do reitor como “trazer a diversidade para dentro da universidade”.
        Na abertura do evento foi perceptível a intenção dos comunicadores em deixar evidente que o fórum e a própria UFSB seriam um espaço para dar voz aos que foram excluídos, uma maneira dos segmentos encontrar reconhecimento da sociedade na universidade e buscar aquilo que nos foram negados no passado: cidadania, participação política, econômica e social, direitos.
        Contudo me questionaram qual seria as ações e metodologias da UFSB para trazer a diversidade para dentro da Universidade, resgatando uma dívida histórica que as instituições de ensino renegaram aos movimentos sociais (sem-terra, quilombolas, indígenas, mulheres, negros LGBT, movimento por moradia etc): o direito de participar ativamente da comunidade acadêmica.
       A resposta para minha inquietação é dada, em partes, durante o grupo de debates dos movimentos sociais urbanos: associações de bairro, observatórios sociais, movimento de moradia, saúde, mobilidade, segurança pública, cultura, gênero e orientação sexual. A proposta neste grupo foi dividir os participantes em subgrupos de acordo com as proximidades de suas reivindicações formando 5 subgrupos: 1) cidadania participação e direito; 2) Cultura e Cidadania; 3) Gênero e Multiplicidades; 4) Juventude e 5) Surdos, cada grupo deveria responder há três questões propostas pela Universidade: 1)quais sonhos e interesses trazemos aqui?; 2)como a universidade pode contribuir para a realização de nossos sonhos e interesses?; 3)O que podemos fazer juntos com a universidade? Enquanto estávamos reunidos pensando nessas questões, percebi que minha inquietação inicial estava equivocada; não deveria está me questionando como UFSB traria a diversidade para dentro da Universidade, mas como nós, enquanto diversidade, enquanto movimentos sociais, entraríamos na universidade e como a universidade poderia contribuir para esta entrada.
       Como mudaríamos a ideologia de não participação desses movimentos nas instituições de ensino? Como mudaríamos a ideologia de exclusão desses movimentos da sociedade? Como colocaríamos esse movimento em diálogo com a sociedade e com a universidade? E a resposta soava clara: através da possibilidade de transformação cultural, cultura entendida como processo em movimento, como produto da ação do homem em uma relação produzir X ser, produzido: o homem produz cultura mas é produzido por ela.
        Sendo o homem humanizado pela cultura, essa dá ao homem a possibilidade do aprendizado, a possibilidade de trazer a diversidade, historicamente excluída, posta de lado, afastada e marginalizada das instituições de ensino, para dentro da universidade.
        Evidente que seria um objetivo demasiadamente pretensioso promover uma revolução cultural apenas um coro que se limitou a fazer três simples pergunta, se os movimentos sociais, contudo, demonstra a atenção da UFSB com os setores excluídos historicamente. Isso se não nos dá ao menos esperança, renova nossas forças em continuar a luta pela construção de uma sociedade democrática igualitária solidária comprometida com a promoção da dignidade e o exercício da cidadania plena através de experiências populares emancipatórias de criação de cidadania e promoção da dignidade.

Ricardo Afonso Rocha 
Movimento Social pela Luta de Moradia



Segue abaixo algumas fotos tiradas no fórum.




sexta-feira, 31 de julho de 2015

Anísio Teixeira, Educação é Vida.



                                                                                             Fonte imagem: Infoescola

"Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra.", assim dizia o grande educador Anísio Teixeira, nascido em Caetité na Bahia, formado em direito no Rio de Janeiro e em educação nos Estados Unidos, considerado o revolucionário da educação brasileira, Anísio conseguiu fazer contribuições importantíssimas para a população brasileira, principalmente para os que não tinham acesso ao ensino público e de qualidade.
            Um de seus princípios era que a educação deveria ser disponibilizada para  todos, pois apenas uma pequena parcela  tinha direito a ter o  acesso ao ensino de qualidade,  educação não é privilégio, e por isso era essencial que todas as pessoas que entrasse no ensino básico conseguisse completar pelo menos o ensino médio   e para que isso acontecesse ele pensou em  varias propostas bastante significativas para a reforma do ensino brasileiro do século XX, principalmente era necessário a disponibilidade de escolas públicas de  todos os níveis, laicas e integral.
            Assim, Anísio pregava uma nova forma de ensinar nas escolas, era preciso modificar a  visão da  psicologia infantil, onde as crianças não seriam mais instruídos e sim educados, preparados para um futuro incerto, ensinados a viver com mais inteligência, tolerância e felicidade, e tudo isso deveria ser aprendido praticando, pondo em ação tudo que lhes era ensinado. Essa reforma bastante inovadora proporcionou grandes transformações na vida de muitas pessoas, um jeito novo de aprender, onde o aluno era conduzido a pensar e formular o seu senso crítico e assim seria capaz de lidar com os problemas da melhor maneira possível.
            Ao decorrer de sua vida Anísio  dedicou mais  da metade do tempo que tinha á educação, tudo para ele era o aprendizado, as crianças pobres tinham direito a ter um lugar para estudar, para brincar, para praticar um esporte, exercer alguma atividade que as fizesse participar ativamente das interações do meio onde viviam. Toda essa preocupação em mudar o estado de vida dessas pessoas mais humilde por meio da implantação de escolas que davam todo um suporte a todos os alunos incomodava muita gente, principalmente os ''elitizados'', que não tinham interesse nenhum em vê a parcela pobre da população ascender, e por este motivo Anísio foi cassado, oprimido, e perseguido praticamente em todos os momentos que se dedicava a educação e criavam algum projeto em prol das reformas educacionais.

            Em 1971 o Brasil teve uma grande perda, exatamente no dia 11 de março Anísio desapareceu, e só foi encontrado no fosso de um elevador morto três dias depois. Apesar desse triste acontecimento, ele nos deixou um legado riquíssimo para educação nacional, mudou a forma de pensar de muitos outros homens importantes que ate hoje lutam por um ensino justo para todos, nos fez mais humanos e nos mostrou que a única forma de haver democracia no Brasil é através de uma máquina que prepara as democracias. Essa maquina é a da escola pública, e só assim as pessoas irão começar a entender que a educação é vida e que sem ela, somos apenas mais um  no meio da multidão.

Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/anisio-teixeira-306977.shtml
Fonte:http://www.infoescola.com/biografias/anisio-teixeira/

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Paulo Freire


            Antes de mais nada é tão importante quanto apresentar-lhes o tão ilustre educador, escritor, pensador, e patrono da educação brasileira, Paulo Freire, que não se julgava melhor nem pior que ninguém e que fazia questão de ajudar os mais precisados e esquecidos da sociedade. O mestre da educação, nascido em Recife, no dia 19 de setembro de 1921, possui uma das ideologias mais humanísticas e acolhedora a favor das pessoas desfavorecias, que não tem acesso ao ensino de qualidade, principalmente o básico, e que não sabem ou não entendem o seu papel no meio onde vivem.
             Para ele educação é transformação, é a
prática da liberdade, e todos devem ter acesso ao ensino de qualidade, ao ensino que ensine a ser mais humano, a conhecer-se melhor, a entender o mundo, a interagir politicamente cobrando as propostas e pondo em prática todos os direitos garantidos. Freire diz que o conhecimento não deve ser algo transmitido pelo ato de doação, mas, ser passado como uma troca de informações, onde o educador aprende com o educando e vice-versa, esse pensamento um tanto inovador, descaracteriza o ensino convencional no qual se baseia na transmissão do saber onde só quem aprende é o aluno sendo o professor o detentor do conhecimento.
            A sua concepção sobre o homem e o mundo baseia-se numa relação dialógica, para ele o diálogo supõe troca, os homens passam a se educar em comunhão facilitando assim
a obtenção do conhecimento crítico, pois este foi passado de uma forma autenticamente reflexiva.   Uma de suas ideologias também mostra o quanto é importante sermos mais humanos, ter mais qualidade enquanto gente e que precisamos um do outro, pois estamos sempre em construção, somos um ser inacabado e que através da leitura do mundo conseguimos nos aproximar ainda mais da nossa realidade e dos nossos anseios.
 Paulo Freire, tornou-se uma das pessoas mais admiráveis entre tantos outros, simplesmente pelo fato dele pensar mais no próximo, e agir em prol das pessoas que tanto precisavam de um investimento, de um apoio que mesmo lhes sendo de direito não lhes era garantido. É importante mencionar sobre  o método de alfabetização que foi pensado e aplicado por Freire nas regiões onde as pessoas não possuíam acesso a escola e o índice de analfabetos era de grande proporção,  essa metodologia inovadora levava contigo os princípios dele, o ensino se constituía através de diálogos sobre a situação social daquele povo, feitos em rodas de conversas onde todos participavam trocando informações, com intuito de  levá-los a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação, com essa ação cerca de 300 pessoas foram alfabetizadas em apenas um mês provando o quanto é eficiente essa metodologia. Devo mencionar também uma das obras mais conhecidas do ilustre educador brasileiro, o livro Pedagogia do Oprimido,  que propõe uma pedagogia com uma nova forma de relacionamento entre professor, estudante e sociedade, nele Freire  explana todas as concepções e propostas para a implantação da educação de qualidade, que forma pessoas pensantes, que tenham em si o poder de argumentação, de criticidade, e claro para isso é de extrema importância que o educador faça parte da realidade do educando, estudando a situação social deles, o contexto cultural no qual eles estão inseridos para que haja uma proximidade maior nas discussões propostas em sala, como diz Freire o homem esta sempre pronto a aprender e no caso particular do professor isso implica na necessidade de formação rigorosa e permanente.

Enfim, falar desta inestimável pessoa é um grande desafio, diante de seu carácter enquanto gente, e de tantas obras em prol da melhoria de qualidade de vida dos outros, dos que mais necessitava, torna-se impossível citar em uma pequena produção textual todas as ideologias   desenvolvidas pelo mestre da educação, mas como ele mesmo diz "Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre." E tenho certeza que não só eu, mas muitas outras pessoas irão aprender, conhecer e admirar ainda mais as obras, os princípios, metodologias, e o lado humano   do professor que não se considerava superior a ninguém, e que tinha muito a aprender neste mundo de constante transformação.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

IES no Brasil a partir do século XX

Tipos de Instituições de Ensino Superior no Brasil a partir do século XX

Escola de Medicina na Bahia, a mais antiga do brasil, no incio do século XX, Salvador.


Escola Central, antecedente  da escola  Politécnica do Rio de Janeiro, 1870

Aspecto atual do prédio projetado em 1881 por Paula Freitas para sediar a Universidade Pedro II, Rio de Janeiro
O prédio do atual Palácio Universitário noséculo XIX, período em que foi sede do Hospício Pedro II. O edifício foi doado somente em 1949 para a Universidade do Brasil.

Fonte: Google Imagens.

Universidade x Faculdade

  Universidade vs Faculdade

         Antes de escrever sobre a diferença entre universidade e faculdade é interessante saber como se classifica uma instituição de ensino superior  no Brasil, Segundo a MRE (Ministério de Relações Exteriores), elas podem ser públicas ou privadas. As instituições públicas de ensino são aquelas mantidas pelo Poder Público, na forma federal, estadual ou municipal, essas instituições são financiadas pelo Estado, e não cobram matrícula ou mensalidade. Já as IES (Instituição de Ensino Superior) privadas são administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, com ou sem finalidade de lucro. Diante dessa classificação as instituições também possuem denominações diferentes que são as  Universidades, Faculdades e Centros universitários, no entanto iremos nos ater apenas no que difere a universidade da faculdade levando em consideração suas principais características.
        As universidades são instituições de ensino consideradas mais completas  por possuir uma lista extensa de cursos que abrangem diferentes áreas do conhecimento, isso porque possui autonomia para criar cursos sem precisar pedir  autorização do MEC, facilitando o leque de disponibilidade de graduação em várias áreas, além de oferecer também pesquisas e extensões essenciais para aqueles que almejam seguir carreira acadêmica ou ser um pesquisador da área. É importante saber que para ser considerado universidade é necessário que o estabelecimento oferte pelo menos quatro cursos de pós graduação stricto sensu sendo que um deles obrigatoriamente tem que ser doutorado e que um terço do corpo docente seja composto por doutores e metres devendo nessa mesmo proporção ter contrato de trabalho em tempo integral. 
          Já as faculdades por serem na maioria das vezes menores e possuírem poucos cursos em relação às universidades são mais especificas e não apresentam autonomia para conferir títulos e diplomas e nem criar cursos, devendo ser registrados por uma universidade. Além disso, não tem a função de promover a pós-graduação, o seu principal papel é formar o profissional direto para o mercado de trabalho não se envolvendo muito com a realização de programas de incentivos a pesquisas e projetos. É um estabelecimento focado apenas em uma área de ensino, como ciências exatas, saúde, tecnologia, por exemplo,  e  o corpo docente das faculdades precisam ter apenas pós graduação lato sensu. 
         As diferenças e características são diversas, as faculdades no geral são menores que as universidades. Especializadas em alguma área de atuação elas tendem a ter menos alunos e um corpo docente menor, essas características podem ser mais adequadas para aqueles que têm pouco tempo disponível ou preferem uma relação mais íntima entre a instituição e o aluno. Já as universidades são maiores, podem possuir vários campi e possuem cursos em várias áreas do conhecimento. Geralmente, disponibilizam variados cursos, especializações, grupos acadêmicos, professores mais qualificados, etc. Universidades são boas para aqueles que querem mergulhar na graduação e estudar para valer, se inscrever para os cursos, participar de feiras e realizar pesquisas e projetos. No final as duas instituições possuem o mesmo propósito que é formar o aluno em alguma graduação específica, cabendo ao indivíduo decidir qual instituição irá suprir melhor suas expectativas. 


Fonte: http://www.ipae.com.br/et/22.pdf
Fonte: http://conceito.de/faculdade
Fonte: http://noticias.universia.com.br
Fonte: http://www.infoescola.com

Documentários: Ilha das flores e Boca de lixo

                           REFLEXÕES: "ILHA DAS FLORES" E "BOCA DE LIXO"

       No primeiro dia de aula do componente curricular Universidade e Sociedade assistimos dois vídeos bem interessantes onde no final discutimos um pouco sobre os vídeos e depois nos foi proposto produzir um texto sobre  "O papel do sujeito no mundo em relação a como ele se vê"  relacionando-o aos documentários.

Vitimismo e protagonismo são assim que ambas as histórias retrata o papel do homem na sociedade moderna do século XXI, vitimismo no curta-metragem “Ilha das flores” onde o homem passa a ter o papel de excluído da sociedade por não possuir identidade e o que se considera o mais importante, segundo o curta-metragem, o dinheiro, passando sobreviver dos restos de lixo que nem sequer serve para os porcos. Já no documentário “Boca de lixo” o homem passa a ser o protagonista da história sendo idealizado como precursor de seu próprio destino, que vive do lucro advindo da venda do lixo e que não tem vergonha do “trabalho” que eles realizam.
No curta-metragem Ilha das Flores o individuo é retratado como a vítima da sociedade capitalista onde quem não possui dinheiro não é ninguém, esses indivíduos que não possui renda são considerados assim, pois os mesmos não tem escolha para mudar de vida, estão presos em uma cadeia sem grades e nem paredes, dependem da boa vontade de outras pessoas para se alimentar dos restos de alimentos considerados impróprios até para os porcos. Para quem vê essa situação chega a ser desesperador pensar em como o homem consegue diminuir tanto o seu semelhante, e é mais desesperador ainda por perceber que essas pessoas que não mudam de vida não conseguem sair dessa prisão imposta por um sistema devorador chamado capitalista. O Curta nos faz pensar que aquelas pessoas estão acostumadas com o papel a que lhes foi dado e assim vivem suas vidas naturalmente sem pretensão nenhuma em  obter um roteiro diferente e melhor para viver.
Já no documentário “Boca de Lixo”, embora retrate a realidade de pessoas que precisam do lixo para conseguir renda, não coloca o homem como mais um coitado que não tem escolhas na vida, mas essas pessoas são retratadas como o criador do próprio destino onde tem escolhas e são livres para fazerem o que quiserem. Neste filme o indivíduo usa o lixo, material sólido considerado sem utilidade pelas pessoas que as descartam, como fonte de renda e lucram com a venda desses resíduos, esses indivíduos se veem como pessoas honestas e mostram-se orgulhosos pelo trabalho que exerce, mesmo trabalhando em um ambiente cuja poluição visual é extrema, o nível de insalubridade é altíssimo, e o odor muito desconfortável, eles  não relatam que estão insatisfeitos com aquela situação, claro que podiam está melhor, mas não repudiam a forma de vida que encontraram para conseguir sobreviver.
                Diante do que foi exposto fica evidente que o lixo possui dois papéis importantes na vida de cada individuo retratado de forma diferente em cada filme, no curta-metragem o lixo retrata miséria onde o individuo não possui escolhas para mudar de vida, e no documentário o lixo gera lucro e é essencial na vida daqueles catadores. Portanto como diz Frank Miller: “O homem é o arquiteto de seu próprio destino” sendo assim o sujeito tem o papel de trilhar o seu próprio caminho mesmo enfrentando dificuldades nas suas escolhas.

Segue o link dos vídeos:

Ilha das Flores

Boca de Lixo